quarta-feira, 22 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
Beleza
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Caminhos!
terça-feira, 14 de julho de 2009
Inscrição para um portão de cemitério
segunda-feira, 13 de julho de 2009
sábado, 11 de julho de 2009
Acordando...
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Ai!
Essa lembrança que nos vem às vezes... folha súbita que tomba abrindo na memória a flor silenciosa de mil e uma pétalas concêntricas... Essa lembrança...mas de onde? de quem? Essa lembrança talvez nem seja nossa, mas de alguém que, pensando em nós, só possa mandar um eco do seu pensamento nessa mensagem pelos céus perdida... Ai! Tão perdida que nem se possa saber mais de quem!
Mario Quintana
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Nossa loucura
quarta-feira, 8 de julho de 2009
A canção da vida
A vida é louca
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida é múltipla dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantando
em torno de ti:
Como eu sou bela
amor!
Entra em mim, como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
enquanto o mundo
não poluir o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar
aí...
como um salso chorando
na beira do rio
( Como a vida é bela! Como a vida é louca! )
Mario Quintana; Esconderijos do Tempo, Porto Alegre, 1980
terça-feira, 7 de julho de 2009
Presença
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exacto e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
subtilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
Mario Quintana
segunda-feira, 6 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
Projecto de prefácio
Sábias agudezas...refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando páras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.
Mario Quintana
sábado, 4 de julho de 2009
Os arroios
Os arroios são rios guris...
Vão pulando e cantando dentre as pedras.
Fazem borbulhas d'água no caminho: bonito!
Dão vau aos burricos,
às belas morenas,
curiosos das pernas das belas morenas.
E às vezes vão tão devagar
que conhecem o cheiro e a cor das flores
que se debruçam sobre eles nos matos que atravessam
e onde parece quererem sestear.
Às vezes uma asa branca roça-os, súbita emoção
como a nossa se recebêssemos o miraculoso encontrão
de um Anjo...
Mas nem nós nem os rios sabemos nada disso.
Os rios tresandam óleo e alcatrão
e refletem, em vez de estrelas,
os letreiros das firmas que transportam utilidades.
Que pena me dão os arroios,
os inocentes arroios...
Mario Quintana; Baú dos Espantos, Porto Alegre, Globo, 1986
Vão pulando e cantando dentre as pedras.
Fazem borbulhas d'água no caminho: bonito!
Dão vau aos burricos,
às belas morenas,
curiosos das pernas das belas morenas.
E às vezes vão tão devagar
que conhecem o cheiro e a cor das flores
que se debruçam sobre eles nos matos que atravessam
e onde parece quererem sestear.
Às vezes uma asa branca roça-os, súbita emoção
como a nossa se recebêssemos o miraculoso encontrão
de um Anjo...
Mas nem nós nem os rios sabemos nada disso.
Os rios tresandam óleo e alcatrão
e refletem, em vez de estrelas,
os letreiros das firmas que transportam utilidades.
Que pena me dão os arroios,
os inocentes arroios...
Mario Quintana; Baú dos Espantos, Porto Alegre, Globo, 1986
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Força do Hábito
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Das Utopias
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Isso...
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