segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Deixa-me seguir para o mar



Tenta esquecer-me...
Ser lembrado é como evocar
Um fantasma...
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!


Mario Quintana; Baú de espantos, Editora Globo, Rio de Janeiro, 1986
(ao lerem pode parecer..."ah e tal...ela nem sabe escrever", mas não, simplesmente o escrevo tal como ele escreveu, era brasileiro e como tal acho que já se entende!..."Ah e tal Mario tem acento"... pode ter sim senhor, mas este Mario não!)

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